14.9.07

d|O_o|b

São exatamente "não sei que horas" da madrugada e como eu estava aqui sem saber direito o que fazer, sem sono e cansaço muito menos, resolvi vir ao meu amigo de teclas: o computador.

Queria pedir licença pra filosofar um pouco, bem pouquinho mesmo, mas é tão pouquinho que vocês nem perceberão. O caso é que este sapo aqui costuma ter um surto de insônia às vezes e esses dias estou passando por uma série deles. Porém, ao contrário do que se possa pensar, eu tiro algumas coisas positivas disso. Um exemplo claro é o de estudar. Eu aproveito que meu dia passa a ser maior e uso pra estudar, mas nao qualquer estudo, tem que ser um estudo fútil, tal qual o que acabei de fazer (sobre as pirâmides submersas do Japão). Outra que poderia citar é exatamente o que está ocorrendo agora.

Após uma semana suada e cansativa de estudos pra uma prova de filosofia, a cabeça começa a funcionar mais do que de costume. Estava eu, aqui, sentado e refletindo sobre a vida, quando afirmei pra mim mesmo: "a vida é foda!".Logo depois eu me perguntei: "mas como assim?". Eu não poderia deixar de me auto-responder-se a mim mesmo uma pergunta dessas, e fui responder, mas acabei me indagando sobre a vida. Vejam só, a vida é foda, isso foi uma afirmação. Mas ela é foda por essência natural dela ou porquê transformamos-nas em foda por consequência dos atos irracionais que cometemos? Ou pior ainda, que outras pessoas cometam à nós. A vida, por natureza, é até bonitinha, cheia de coisas interessantes (vide a adolecência), mas a natureza humana... somos passíveis ao erro, o incontestável ato de quebrar a confiança alheia. Analisem isso, o culpado é o homem (homem enquanto ser humano) sem sombra de dúvidas.

Ouví dizer que a confiança é como um copo de cristal, totalmente frágil, e quando quebrado jamais é rejuntado. Por outro lado, o ato do perdão é um ensinamento bíblico. A busca da evolução humana humana passa por esse estágio de auxílio, compaixão e entendimento das mentes mais simplórias. Fazendo a junção da fé com a busca da evolução teremos a reconstrução da confiança. Entretanto, poucos são os que atingem esse estágio.

Como eu não tenho uma mente brilhante, tampouco evoluída, pra chegar à esse estágio, entendo que o ato fodístico desempenhado pela vida ao nosso dia-a-dia é fruto do grande espelho astral que integra o cosmo do nosso planeta, refletindo a ignorância pura e bela do homem. Assim percebi que quem fode com tudo realmente somos nós, os fodões astrais, que lenham com isso tudo aqui e ainda atribuímos tudo ao desconhecido. Eu fodo a sua vida, você fode a minha vida, nós dois podemos fuder a vida de um terceiro, e assim vai.
Hoje, a minha vida tá coisada* , deve ser esse o motivo da insônia.


*'coisada' deriva de coisa, que por sua vez "é o que possui nome, mas que no momento foi esquecido".

12.9.07

Perdendo os dentes

Essa semana estava sentado na calçada em frente à minha casa, relembrando algumas coisas da minha vida, quando me recordei de algo interessante. Algo que direcionou o meu pensamento pra mais distante, mais à frente, à evolução.

Imagine uma criança com seus 11 anos de idade, com o sangue borbulhando de esperanças e sonhos. Agora imagine essa criança totalmente introspectiva, sem ter com quem conversar, ou melhor, sem ter em quem confiar pra poder se conversar.

Era uma tarde de sábado, eu tinha acabado de tomar um banho e vestido a camisa domingueira (de final de semana) e fui direto pra pracinha procurar o que fazer. Não demorou muito e avistei aquela que rondava os meus sonhos infantis mais sujos ( ela sempre aparecia vestida de Chiquinha e eu de Chaves, era louco o sonho). Eu sei que ela nunca havia me dado bola, e ninguém sabia desse meu sentimento por ela. Ricardinho, vizinho da rua de cima, encostou e falou:

- Olha com Claudinha tá massa!

Não podia falar muito, não confiava nele, aliás, não confiava em ninguém, coisa triste pra uma criança de 11 anos. Mas, subtamente me deu vontade de conversar. Pensei comigo: "horas, se eu contar pra ele a parada pode dar certo!"

- Cara, eu acho ela gata, tu conhece ela né?! Tenta me "armar" com ela, véi. - tentei pra ver no que dava.

Não demorou muito e Ricardinho encostou nela, olhou pra mim, apontou e ela sorriu. Fiquei gelado na hora, as pernas começaram a tremer e eu já não sabia mais o que fazer. Esperei, apenas esperei pra ver no que daria.

No outro dia, no mesmo local, só que em horário diferente, estava eu lá, perfumado com a Seiva de Alfazema de minha avó, cabelo penteado pro lado e a outra camisa domingueira. Ricardinho apareceu, começamos a conversar sobre o caso. Ele disse que ela iria pra praça naquela tarde, mas nao acreditava que eu fosse gostar da notícia.

Sentei no banco e esperei, ele (Ricardinho) foi pro outro lado da praça. Num é que ela apareceu?! O velho gelo e tremedeira apareceram no exato momento que a vi. Ela caminhou em direção a Ricardinho, encostou nele, abraçou e beijou ele.

Pronto, agora voltem a imaginar aquela criança de 11 anos e com sonhos esperançosos. Mas mudem a ótica, a referência. Essa criança cresceria como? Infeliz? Revoltada? Não meus amigos, nada disso aconteceu.

Essa criança aprendeu a crescer perdendo os dentes, sempre confiante de que um novo nasceria.

Tá bom! Cê tá pensando que essa história eh "venéria"? Pode ser, ou não.

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10.9.07

Senhor dos pés descalços

Saudações inca-venusianas!!!

Após uma breve temporada de exílio mental nas desventuradas ilhas do pacífico norte, próximo do mundo das idéias, retornei firme e forte, pronto pra mais umas 2 semanas de posts antes de sumir novamente.

Não é nada fácil olharmos pra nós mesmos, é bem mais simples apontar os defeitos dos outros, mas retornei ciente que o caminho que preciso trilhar é árduo, difícil e incerto.

Certo dia, lá na ilha do pacífico norte, estava sentado embaixo de um coqueiro, curtindo uma sombra, bebendo uma água e olhando o mar, quando uma pedra veio falar comigo. De início fiquei assustado, afinal, nunca havia conversado com uma pedra antes, mas ela tinha um bom papo e era bastante amigável.

- Bom dia, senhor de pés descalços. - Falou a pedra.

- O que?!!! Uma pedra falante? - Oh! Claro que me assustei, vai dizer que você não se assustaria...

- Ok! Ok! Vamos pular essa parte do espanto e das perguntas sobre de onde eu vim, como consigo falar e coisas do gênero. Vou me adiantar logo, sou de outro planeta, minha forma original causaria muito temor ao seu povo, portanto procurei me disfarçar e aqui estou, preso nessa matéria estática.

- 'Glump!' - Engoli seco. Puta que pariu... uma pedra que fala, de outro mundo... coqueiro massa esse... vo engarrafar um pouco da água pra vender depois...

- Eu vim alertar sobre os perigos que vocês correm. Existe uma força no cosmo querendo desequilibrar o seu sistema. Procurei por toda ilha alguém digno de obter o conhecimento astral necessário pra impedir o acontecimento.

- Porra, senhor extraterrestre-em-forma-de-pedra, que força é essa? - mostrei-me interessado, a parada tava louca...

- Tem o mesmo nome de todos: "aquele-que-não-se-pode-pronunciar". Escolheu o seu planeta como fonte de alimento e virá em breve, somente uma mente superior pode inpedir.

- Mas... mas... o que ele quer com o planeta terra?

- Planeta o que? - A pedrinha inca-venusiana mostrou-se confusa.

- Planeta terra, embora seja feito de água, o nome dele é esse. - Já tava me sentindo superior a ela...

- Putz... errei de planeta... era pra ter ido pra júpter... daqui que eu chegue lá o planeta já foi destruído!

- Calma dona pedrinha, senta aqui do lado e toma um pouco dessa água de côco comigo, bate onda legal...


E mais uma vez eu salvei o planeta terra de ataques alienígenas. Realmente a água do coqueiro é boa. Estamos pensando em abrir uma sociedade interplanetária e comercializá-la.