16.12.06

Esse negócio de não conversar em ônibus um dia me mta de raiva. Por causa disso acabo ficando distraído e assim, sem quarer mesmo (eu juro), escuto a conversa das outras pessoas.

Já tive quinze anos de idade e sei como é. Se no meu tempo (que não faz tanto tempo assim, oh, graças!) já se tinha uma sensação imensa de liberdade, que acaba virando um desespero imenso de experimentar tudo que aparece na frente, imagino hoje a miséria de realizações e o excesso de desejo que deve ser.

Opa! Já tô quase fugindo do assunto que queria tratar. Falei primeiro sobre ter quinze anos (mais ou menos isso) porque foi bem por esta época de minha vida que me lembro de ter dito pela última vez aquela fatídicca máxima: "NÃO ESTOU NEM AÍ PARA O QUE OS OUTROS PENSAM!" Sempre assim, em voz alta. como quem desesperadamente espera que todos ouçam e julguem que ali há uma pessoa livre e portanto adulta falando.

Há pouco tempo escutei alguém dizer isso. Quero dizer, há pouco tempo escutei mais uma pessoa dizer isso. Nunca tinha me dado conta disso, mas da última vez que ouvi imediatamente pensei: "mas é muito egoísmo!". Isso mesmo, egoísmo.

Fazer o que quer que seja sem pensar em outra pessoa é egoísmo demais até para mim. Acho estranho trocar a paz familiar por um cigarro de maconha, tatuagem, piercing... Posso até parecer com um pensamento meio ultrapassado, mas me é muito estranho mesmo. Especialmente quando escuto tanta gente reclamando da ausência dos pais ou de outros parentes. Do mesmo jeito que um pai ou mãe escolhe trabalhar quatorze horas por dia, ao invés de passar mais tempo com a família, alguém que faz alguma coisa contra vontade da família não pode reclamar quando for meio que, deixado de lado. Sempre opções perigosas.

Penso também que essas mesmas pessoas que reclamam de quem não abre mão de algumas coisas para o bem de outros, são capazes de reclamar fos parlamentares pelo reajuste do seu prórpio salário em mais de 90 % (puta que pariu! Dói na alma saber disso!). Será que elas cederiam em nome do povo? Será que você cederia?

AIDS, câncer, depressão, não adianta escolher a pior doença possível. Ninguém tira da minha cabeça que um dos piores males do nosso tempo é o egoísmo. É cada um por si e Deus, coitado, ninguém quer saber de que lado está. Incapacidade total de ceder. Cedemos pelo autruísmo de um modo um tanto esquisito. É aquela menininha que não sabe dizer um simples não pra não parecer difícil para os outros, ou mesmo o erro do brasileiro em evitar a honestidade só pra não dar uma do único otário do país que não se aproveita dos outros. Sempre pensando no que os outros vão pensar.

Não sei bem se isso é um resquício do egoísmo adolescente das pessoas, ou alguma dessas questões culturais questões culturais inevitáveis. Só sei que já me sinto velho para o egoísmo.

15.12.06

Eu sou Jeca.

Pois pois. Enquanto o Zangado fica lá na capital baiana, a terra dos "rapaix", vendo o mar enquanto espera um ônibus, eu fico aqui, jeca que sou, olhando o "nada" e achando lindo.

Devore a vida, mas com pimenta e pouco vatapá.

Ps.: Ele desenha bem.
Ps2: Eu não desenho nada.

14.12.06

Pressa...

Estive me perguntando o porquê de ter um blog onde eu nunca escrevo. Aliás, já escrevi, apesar de nem mesmo lembrar o que foi que disse. Mas não há por que se preocupar e ter pressa. Exatamente por isso estou escrevendo hoje.
Vejo todos com pressa. Todos os dias enquanto espero o ônibus para a faculdade, ouço as pessoas reclamarem que "já atrasou meia hora!", isso quando se passaram dois ou três minutos do horário normal do intinerário. É importante salientar que o ponto de parada fica de frente pro mar! Todo mundo vive dizendo que acha o mar lindo, que acalma, que adora ficar olhando, que isso, que aquilo...e...e...em pleno nascer do sol, dão as costas pro mar e ficam reclamando do atraso do ônibus. Boa oportunidade perdida.
Então bastar chegar o ônibus e todos voltam ao normal. E como estamos na capital baiana - não lembro se tinha citado isso antes - começam logo a faar de festa. Até a terça-feira é a festa do fim de semana passado; a partir de quinta-feira, da festa do próximo final de semana. A quarta-feira é dividida entre uma e outra. O engraçado é que a maioria sempre justifica a conversa assim: " tem que curtir a vida mesmo. Amanhã você morre e não apreveitou nada."
Talvez eles não estejam cientes que a expectativa de vida dos brasileiros desde 2003 ultrapassou os 71 anos, segundo pesquisa do IBGE. Ou seja, há grande probabilidade de se ter uma vida longa por aqui. Deve ser o bastante pra aproveitar a vida. É claro que amanhã mesmo pode-se morrer, levemos em consideração. Mas do mesmo jeito que se pode arrepender-se de não ter feito alguma coisa, pode-se também se arrepender do que se fez! Isto se houver outra vida onde se possa ter algum arrependimento. Aliás, acidentes não necessariamente têm de ser fatais. Sobreviver e sofrer com seqüelas até depois dos setenta não me parece uma boa opção. Outra possibilidade é a de fazer uma merda daquelas bem grandes, tipo daquelas que você se arrepende pela vida toda mesmo - quem não fez umas dessas atire a primeira pedra. Opa! Eu disse a vida toda? Pense bem. A vida toda pode durar até depois dos setenta. Se você tem entre 15 e 25 anos de idade, pode significar pelo menos 45 anos de arrependimento!
A escolha é sua. Viver com cuidado ou devorar a vida? Na verdade tanto faz, desde que você esteja preparado para as conseqüências da sua escolha. É assim pra tudo.
Pessoalmente, eu vou tomar bastante cuidado...


P.S.: eu vou desenhar mais
P.S.2: eu vou distorcer tudo!

13.12.06

O Sapo e o Grilo.

Diádessis aí, num desses raros momentos de total lucidez, eu fui trabalhar. E no momento que eu entro no carro e olho pro retrovisor, eu vejo um grilo. Pensei comigo: "Caráleo, um grilo!". Pensamento que eu acredito que seria o de qualquer pessoa numa situação dessa.

Então eu fiquei olhando pro grilo. E, podem acreditar, o grilo ficou me olhando. Mas era um olhar tão penetrante que eu pensei(?) novamente: "Zorra, só pode ser fêmea!".
No caminho do trabalho se iniciou o papo mais louco que eu já tive. Foi mais ou menos assim:

- Bom dia Dona Grilo. - falei meio que com medo.
- Criii! Criii! - respondeu ela.
Não entendi muito bem o que ela quis dizer, então falei novamente:
- Desculpe, não entendí você.
E ela respondeu apenas:
- Crii! Crii!
Fiquei um pouco desapontado, esperava ter um papo cabeça com a Dona grilo, um papo que depois de alguns anos eu pudesse compartilhar com meus netos. Mas, a vida é uma caixinha de surpresas. Me inclinei até alcançar o retrovisor, dei um tapa em cima de Dona grilo e derrubei ela. Espero que exista um céu pros grilos. Pobre dela...