19.7.07

a Pedra e a Flor

- Olá Dona Pedra, tudo bem? - perguntou a flor.

- Nem vem que hoje não estou pra conversa.

- Mas está um dia tão lindo, olhe os pássaros cantando!

- Dia lindo? Se eu tivesse pênis iria mandar você chupar agora, flor filha de uma ... de uma... de uma margarida!

- Que pedrinha ranzinza... quem te chutou, Dona Pedra?

- É sempre assim, é? Não posso ficar zangada que associa logo à isso?

- Claro, você não é assim...

- Tá bom, sinha petônia, foi o %#$@& do vizinho que me chutou do jardim que eu estava... agora estou aqui no meio do nada, desamparada e abandonada...

- Chora não, pedrinha, um futuro brilhante te espera, basta ter fé.

E a pedrinha, ouvindo as sábias palavras da amiguinha flor, ficou radiante de alegria e uma esperança estranha. Não demorou muito pra que a Prefeitura da cidade mandasse asfaltar aquele caminho, encobrindo a pedrinha com pixe, largando-a no total esquecimento...

17.7.07

Explicação

Certo, andei sumido sim. Poderia contar qualquer mentira aqui, uma história cheia de ilusões, sangue, traições e surpresas, mas não foi nada disso. Eu queria deixar pra atualizar assim que o mosquito atualizasse o dequejeito, o que não aconteceu, então me rendi e voltei a escrever.
De volta às atualizações diárias.

16.7.07

O conto da pedrinha

Lamaçal era uma pequena cidade do interior baiano. Nela existiam poucas pessoas, poucas casas, pouca terra e, principalmente, pouca pedra.

Ruth era uma jovem solitária, ela tinha como companhia apenas o seu jardin e a sua pedra. Ruthinha, como era conhecida, cuidava com muito carinho daquele campo verde e florido, o qual ela chamava de forma carinhosa de "jardim das virgens", pois naqueles verdes campos existiam mais flores, e todas permaneciam maculadas.

No pequeno jardim de Ruthinha havia uma pedra que vivia a suspirar por sua beleza. O jardim gostava dos suspiros da pedra e, por consequência disso, Ruthinha ficava feliz, por ver a grama tão brilhante. O que ninguém sabia era que a pedra tinha o costume de abandonar jardins, já passou por vários... E não demorou muito tempo pra que isso ocorresse... A pedrinha, danada, percebeu a grama da casa ao lado muito mais verde, muito mais cedosa. Não contou conversa, pegou carona no vento e se acomodou nos braços do novo gramado. O jardim, coitado, de tão abalado que ficou, perdeu a cor, foi ficando cinza, até morrer seco e feio.
Dizem que a pedra, hoje em dia, vive numa floricultura ajudando a ornamentar o ambiente.