Diz aí - Parte Três - O Fim (?)

O tempo passa e ficamos a tentar travar uma luta intensa e, de certo modo, em vão. A vontade de agradar o outro é tamanha que esquecemos que a delícia da vida consiste no erro, na falha.

Passaram-se dias, meses, anos, e nem uma divergência sequer ocorreu. Se soubesse disso teria brigado mais. Vejo hoje que as quedas que tomamos de bicicleta quando criança servem para nos equilibrar quando crescermos. Vejo que os puxões de orelha que tomamos da professora da 4ª série são preparativos para os tapas e murros que a vida nos dará. E vejo que uma boa briga funciona como um remédio, se falta, a doença se espalha, se hiperdosado, o corpo se envenena, logo, vê-se que é necessária uma dose correta, nem tanto mar, nem tanto terra, para poder se ter o efeito desejado.

O erro não está apenas no excesso, está na falta também. E esse foi meu erro, deixar de errar, e só tentar acertar. Deveria ter calejado um pouco meu caminho, deveria ter adestrado para o que viria. Se um dia eu tiver mais uma chance, que seja aqui ou ali, garanto que, errar por falta de erro, eu não erro mais.

Sempre que passava por um beco no centro da cidade eu via uma frase pixada na parede que dizia assim: "BUSQUE EVOLUÇÃO!".

Keep jumping.

Dicas, pensamentos e receitas de bolo! (2)

Bem, hoje é sábado, é dia de dicas impressionantes com o nosso Zé Bonitinho dos brejos.



Uma obra-prima da cultura brasileira.

Certeza incerta

Qual a minha certeza? Minha certeza consistia na sua certeza. Hoje é tudo tão incerto...

pré-sábado 14

Numa sexta-feira a noite, véspera do dia 14 daquele mês, Pablo estava andando alegremente em frente a um cemitério. Entoando cantigas festivas, ele saltitava todo serelepe e distraído, quando se deparou com alguém:

- Ei, amiguinho, o que está fazendo sentado aí? - Perguntou Pablo, com um sorriso no rosto.

- Eu? Tou esperando.

- Esperando?

- Sim. Esperando o trem.

- Trem? Aqui? Tem certeza?

- Tenho sim, aqui não é a Estação Norte?

- Não... isso aqui é um cemitério.

- Estranho...

- ???

- Muito estranho...


Pois é! Mais um que tá morto e não sabe. Só falta enterrar...

1, 2, 3.

Toda boa estorinha, historinha, caso de vida, ou até mesmo fofoca, tem: início, meio e fim. Minha vida pode ser o que chamamos, no meu planeta, de "um caso 'deferente' de se ver", pois existem alguns inícios, vários meios e inúmeros fins. A delícia está justamente nisso, no poder revigorante de cada recomeço, na magia animadora de cada meio, e na angústia alucinante de cada fim. Peço que o recomeço que se iniciou tenha um bom 'meio-de-história', e que o fim, sempre teimoso, demore o necessário pra se tornar doloroso quando chegar.

3, 2, 1.

Todo fim é o início de um bom recomeço.