22.9.07

O diálogo da despedida.

Visualise um ambiente cercado de verde, dois jovens próximos a uma árvore, onde as folhas caem por cima de velhas pedras, que por sua vez existem ali desde que o mundo é mundo. Abruptamente, um deles olha para o outro e inicia o seguinte diálogo:

- Senta aqui.

- Pra quê? - Perguntou o rapaz à jovem moça.

- Hoje eu quero te falar.

- Falar? Não tem mistério não, né?

- Não! É só meu coração que não me deixa amar.

- Sabe, mulher, você precisa reagir e não se entregar assim, como quem não quer nada.

- Mas não há mulher, meu bom rapaz, que goste dessa vida. Percebe que não quero viver as coisas com você?!!

- Pois... enfim, me diz cadê você, pois assim não há, sequer, um par pra dividir...

Os dois permaneceram ali, inertes, como móveis inofensivos, por alguns minutos, apenas se olhando... até o primeiro levantar-se dando as costas para o outro.

Chato isso né?!! Era inverno de 1976, numa cidadela do interior baiano, onde não nevava, não chovia e nem fazia sol. Nem sonhava que estaria nascendo alguns anos após esse encontro, não sei ao certo se devido a ele ou não, mas prefiro acreditar que sim, desse modo minha vida passa a ter um sentido mais poético: "nascido do desencontro de um encontro anterior!"

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