6.8.07

Perdendo os dedos


As coisas poderiam ter ocorrido de uma forma mais bonita, mais carinhosa, e porque não, mais cheirosa.
Toda história tem um começo, alguns mais gloriosos que outros. Certamente, por consequência disso, deve-se ter um meio, turbulento ou fantasioso. E, definitivamente, toda história tem um fim, que finaliza e pronto.

Estava a caminho de casa quando meu telefone tocou. Era o Carlos, me chamando pra passar no bar onde ele estava. Chegando lá, parti pras formalidades. Beijinho no rosto das mulheres, aperto de mão nos cuecas, e tudo estava indo bem até olhar para a minha direita: "Oi, meu nome é Suzana!". Droga, ela poderia ter dito: "Oi, meu nome é Diaba, vim pra te infernizar!", que caberia certinho ...

Nunca culpei o Carlos por tudo que aconteceu, até porque naquela noite as coisas caminharam bem. Um ou dois copos de cerveja e eu já estava no nível certo, sem timidez e ainda pudorado. Passei a investir com maior afinco, visando aquele sorriso lindo, que em breve me traria apenas raiva.

Sem quê nem pra quê, ela começou a perguntas coisas como "já ouviu falar de física quântica?". Puta que pariu, quem lá quer saber de física quântica às 11:00 hs da noite, depois de umas cervejas? Mas mostrei-me interessado pelo assunto, e argumentei, sempre contestando o que ela dizia. De repente ela pergunta se já assisti Matrix. Aí sim, Matrix, filme que as pessoas só comentam porque realmente entenderam, ou porque não entenderam nada. Nesse momento eu pensei logo em largar algo sobre Platão, elas não aguentam, queria entender o motivo disso, mas a verdade é que elas não aguentam e os joelhos se afastam.

Encostei um pouco mais em Suzana, deixando a minha perna tocar de leve a perna dela. Senti os pelos dos braços dela ficarem arrepiados. Era o sinal que eu precisava. Usei a tática do perfume, perguntando qual era e avançando em direção ao pescoço pra cheirar. Confesso que não senti cheiro de porra nenhuma, mas o que valia era a velha mordidinha na orelha. Foi de tiro certeiro. Em poucos momentos ela estava deitada sobre o meu braço, olhando pro teto do meu quarto, com aquele sorriso lindo dela...

E as coisas progrediram assim, até o dia de hoje, que eu não sei como será. Espero ter a mesma astúcia que tive naquela noite no bar e desdobrar a situação completamente ao meu favor. No momento, sinto como se os dedos dos pés não mais estivessem sobre minha sandália.

1 pularam por aqui:

Blogger J. pulou...

ai ai ai... homens e suas táticas.rs

Boa sorte!

6:28 PM  

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