Sou taxista (2)

Já revigorado após um bom dia de sono, saí de casa e peguei a pista pra outra noite de trabalho com meu táxi.

As palavras daquele bêbado não saíam da minha cabeça, ficavam rodando e se repetindo, como um eco: "..viva a liberdade!"...

Voltei pro mesmo ponto e pra minha surpresa quem estava lá? Isso mesmo, o bêbado. Inacreditavelmente com a mesma camisa e a mesma calça, porém não era o mesmo sapato, ou era, só que no pé oposto. Sem titubear ele entrou no táxi, fechou a porta e cruzou os braços. Não entendi direito, mas querendo ser cordial, perguntei ao mesmo:

- Vai pra onde, amigo?

No que ele respondeu com a maior sabedoria:

- Não sei, se soubesse iria a pé, oras!

Levei ele pro primeiro bar que encontrei, e lá chegando, falei:

- São 20 reais, amigo.

Ele abriu a carteira, entre papéis e calendários de mulher nua, ele retirou uma nota de 10 reais e me entregou.

- Eu falei 20 reais! - Disse novamente achando que ele tivesse escutado errado.

- Eu sei, mas você não veio comigo? Então! São 10 reais de cada, "amigo".

Pelo menos pagou a gasolina...