4.2.07

Se não tem dono, joga no lixo.

- Ei, senhor, isso aqui é seu? - Falou a loira que trabalhava na recepção do prédio.

- Isso o quê? - Pablo nunca gostou de responder uma pergunta com outra, mas nesse caso se fez necessário.

- Isso, caiu do seu bolso.

- Deixe-me ver isso direito. - Falou já pegando a coisa com as mãos e ajeitando os óculos.

- Então, é do senhor?

- Hmmm. O que te faz pensar que isso é meu?

- Nada de mais, somente por ter caído do seu bolso.

- Não, definitivamente não é meu. Não seria seu, miha jovem?

- Meu mesmo não, o senhor acha que eu usaria uma coisa dessas?

- Como não?!! Isso é tão comum, no meu tempo todos usavam com frequencia.

- Hahaha, no seu tempo senhor, no seu tempo, não no meu. No meu tempo isso só serve pra atrapalhar o crescimento profissional ou trazer dor.

E foi no meio desse papo gostoso entre duas gerações distintas que entrou um rapaz todo de branco, com uma expressão de preocupação no rosto, e um tanto afobado.

- Alguém viu um coração por aqui? Não sei como pôde acontecer, mas acredito que ele caiu. Tenho que leva-lo pro hospital agora.

Então a loira gostosa apontou pra Pablo, mostrando ao rapaz o objeto que ele procurava. Ele pegou, colocou dentro da sacola e saiu sem agradecer a ninguem.

Resumindo, já cuidaram um dia, não dão importância hoje. Nem na hora do transplante... que coisa viu... é rir pra não chorar.

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